Compartilhe sua Viagem – Canadá para mochileiros
Mais um “Compartilhe sua Viagem” sensacional, hoje no blog. A minha amiga Natasha Mendes Rocha é mochileira de carteirinha. Já passou pela Europa e agora vem nos contar as experiências que viveu em seu último mochilão, pelo Canadá (regiões de Ontário e Quebec). Isso mesmo, quem disse que só dá pra mochilar na Europa? As dicas estão super legais, acredito que vocês vão adorar ?. E muitas servem para outros mochilões como o couchsurfing #ficaadica, rs… Agora chega de tagarelice minha e vamos ao post:
Canadá para mochileiros
Algumas dicas para quem gosta de viajar muito e gastar pouco.
1) Locomoção:
Alugar um carro no Canadá é fácil, simples e relativamente barato . A gasolina tampouco é cara; entretanto, o seguro é (demais!). Vale a pena conferir, antes de viajar, se o seu cartão de crédito cobre os custos do seguro pra você.
DICA: pegue uma carona! Calma. No Canadá, há sites especializados em ‘share the ride’ (os mais famosos: allostop, amigoexpress/kangaride). Basicamente, a pessoa que tem o carro divulga origem e destino da viagem, horário de partida e ponto de encontro, além do valor cobrado, que varia de acordo com o percurso. Ainda assim, é muito mais barato que trem ou ônibus. É legal ter um plano de celular pré-pago lá, para poder contatar o motorista, se for o caso.
VANTAGENS: você conhece novas pessoas, que podem te dar várias dicas do que ver nas cidades. Claro que há motoristas mais falantes que outros, mas sempre há um ‘small talk’ pra acabar com o silêncio do carro. Além disso, os motoristas oferecem parada a qualquer momento (para ir ao banheiro, pegar um café), perguntam sobre a temperatura do carro, sobre a música preferida, etc.
DESVANTAGENS: como não há desvio de trajetos, e você geralmente vai pela Highway (no site há a informação da rota), acaba-se vendo pouco das cidades no caminho.
Das fotos que não se tiram quando se está de carona – Rota dos fjords, Chicoutimi, norte do Quebec.
2) Estadia:
Hospedagem é cara no Canadá. Ponto. Dito por moradores de lá. Se você tiver amigos, veja se pode ficar com eles – nas cidades grandes, o transporte público é fácil, então não importa muito onde você está (só pode demorar mais para chegar ao centro).
DICA: vá de couchsurfing! Desconhece? É realmente surfar no sofá. O couchsurfing é uma modalidade pouco conhecida (no Brasil). Em couchsurfing.org, uma rede social feita pra isso, você faz seu perfil, põe o lugar de destino e vê quem está disposto a te aceitar. Geralmente, 2 ou 3 dias são super fáceis de conseguir, com certa antecedência. Lá, você pode ver o perfil da pessoa, quantas pessoas ela já aceitou, os reviews, onde ela mora, o que gosta de fazer, etc. Aí você pergunta se ela te acolhe e, se sim, você tem estadia de graça! Essas são pessoas querem compartilhar experiências com você: contar sobre o país delas, saber mais sobre o seu, te levar (ou, pelo menos, indicar) nos lugares que elas gostam, nos lugares turísticos. Obviamente, cortesias de um almoço, uma saída, etc, são mais que bem-vindas!
VANTAGENS: É a mesma coisa que você ter um amigo e ir ficar na casa dele, só que ao contrário.
DESVANTAGENS: o nome diz couchsurfing. Acontece de ter um quarto de hóspedes pra você, mas pode ser mesmo um sofá (tem como checar isso no site). Não é uma modalidade pra todo mundo. Ou é. Basta arriscar.
3) Compras:
O Canadá tem uma excelente qualidade de vida, mas, para isso, todo mundo paga. Lembre-se: o preço da prateleira não é o valor que sai da sua carteira. Inclusão de 5% de taxas é invariável, por ser imposto federal. Além disso, cada província tem o seu. Em Ontario, eram 8%; no Quebec, 10%. Confesso não ter visto local nenhum com Tax Free . Se você pretende fazer compras all the way, vá para os EUA (se tiver um visa, claro). Todo mundo faz isso. Até os canadenses.
DICA: se estiver esfriando muito, as lojas que vendem os ‘casacos de outono’ (leves, mas quentinhos, impermeáveis e com capuz) entram em promoção. Minha viagem rendeu mais ao estar quentinha.
Brincando neve fora de época, mas bem quentinha com meu novo casaco – norte do Quebec, próximo a Saguenay.
4) Programas:
Não vou discorrer sobre o basicão, porque é pessoal e o google te ajuda nisso. Os passeios turísticos (subir em torres, entrar em museus, andar de barco, etc.) são, em geral, 30 dólares cada. Se essa for a sua vibe, separe uns 200 a 300 dólares em cada cidade para isso.
DICAS:
a) visite um parque. Há muitos, em todos os lugares! São lindos, cinematográficos, totalmente diferentes. Os que são abertos o ano todo se revezam entre atividades de verão (canoagem, pesca, caça, camping, etc) e de inverno (esqui, patinação, etc). Se pretende ir no outono, visite o parque antes de meados de outubro: os que não fecham no inverno, suspendem a maioria das atividades até estar nevando (geralmente em novembro). Em compensação, os parques dentro das cidades, geralmente contam com uma extensão programação de Halloween aos fins de semana ?.
Outono exuberante nos parques – Parque da cachoeira de Montmercy, Quebec City.
Cenários de filme – Parc Jacques-Cartier, Quebec.
b) pesquise os festivais da cidade. Em pleno verão e em pleno inverno, o país bomba. O período entre estações é um pouco mais complicado, mas, em cidades maiores, como Montreal, sempre tem algo acontecendo.
c) assista a um jogo de hockey. Primeiro, entenda as regras. Leia sobre, pergunte pra alguém, mas entenda o jogo; se não, vai parecer só pancadaria. A temporada começa em fins de setembro e vai até fevereiro, mais ou menos. Tente ir ao estádio (tem inúúúmeros), mas, se não der, vá a um bar. P.S.: eu achava hockey idiota, e virei fã de carteirinha do Montréal Canadiens – que, a propósito, estão arrasando!
d) visite uma microcervejaria. Há centenas no país, especialmente no Quebec. Se não tiver tempo ou paciência, vá a qualquer mercadinho e fique deslumbrado com a quantidade de opções que você verá por lá.
e) experimente um IceWine (de qualidade). Minha primeira experiência no mercado municipal não foi muito boa. Depois fui às vinícolas de Niagara on the Lake (vale a pena ir a pelo menos uma – é bem barato! –, mas, para os aficionados, há um trenzinho que visita várias; ou ir de bike, se não tiver muito frio). Fomos à Konzelmann e recomendo. O Icewine de lá é precioso. E lá descobri o que faz o Icewine ser único: uvas colhidas manualmente ainda congeladas logo após o ano novo, nas primeiras horas do dia.
f) coma uma poutine e um Beaver’s Tail. Poutine nada mais é que batata frita com molho e queijo (que eles dão um nome próprio, mas que, traduzindo, a grosso modo, é borrachudo), ainda assim, é o prato típico. O mais famoso é o do Chez Ashtor. Já o Beaver’s Tail é bem saboroso. Se for no Quebec, procure por Queue de Castor, ou você vai passar horas procurando, que nem eu.
Sensacionais as dicas né? Fiquei babando nas paisagens incríveis dos parques canadenses e com desejo de provar as potines e o beaver’s tail, rs… Natasha, super obrigada por compartilhar com a gente, tenho certeza que as suas dicas vão ajudar muitos leitores!
Beijos,
Nine
Fonte de imagens: acervo pessoal Natasha Mendes Rocha, www.couchsurfing.org, www.organicwine.co, www.o.canada.com, www.true5stars.com
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Nine Boianovsky formou-se em Administração de Empresas pelo Centro Universitário UniCeub em Brasília. Possui MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e fez um curso de verão em E-Commerce em Harvard University, Boston. Trabalhou por muitos anos como guia de turismo de viagens específicas para Orlando, levando grupos de adolescentes e famílias por duas agências diferentes.
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6 Comentários
Ola,
gostaria de saber que tipo de visto é requerido de um viajante mochileiro? Seria um visto normal para turista? Pergunto porque penso em viajar para o Canadá utilizando sites de trabalho voluntário (em troca de alojamento), mas não me parece boa ideia mencionar esse tipo de coisa numa entrevista para o visto.
Seria ótimo se puderem me ajudar com informações a respeito.
Obrigado.
Oi Gabriel,
O visto para quem vai apenas fazer mochilão é o visto normal de turista. Agora se você for fazer trabalho voluntário por lá é necessário se informar qual o visto necessário. Normalmente a instituições onde você vai fazer o voluntariado conseguem te passar essas informações.
Abs,
Nine
Vc foi por conta própria ou fez um pacote com uma agência?
To querendo contratar um pacote quero mais fácil possível pois será minha primeira viagem Internacional
Olá Anatalia,
Tudo bem? Quem fez essa viagem foi uma amiga minha, que compartilhou suas experiências aqui no blog 🙂 . Posso te falar que ela fez tudo por conta própria. Mas ela já é uma viajante experiente (já fez mochilão pela Europa e viajou para o exterior diversas vezes).
Acredito que é possível planejar uma viagem sozinha (mesmo que seja sua primeira viagem internacional), mas o mais importante é você se sentir segura. Se você acha que vai se sentir mais segura com um pacote então contrate um pacote 😉 . A gente gasta tanto tempo e dinheiro planejando uma viagem, o mais importante é que ela seja perfeita né? Escolha o caminho que melhor se adequa para você 😀
Beijos,
Nine
Ainda não conheço o Canadá, mas quando me aventurar por lá com certeza aproveitarei essas dicas! 😉 Adorei!!
Que bom que você gostou Fê :)! Também sou louca pra conhecer o Canadá, acho esses parques a coisa mais linda :D!