SeaWorld – o fim da reprodução das orcas em cativeiro
Desde o lançamento do documentário Blackfish em 2013, o SeaWorld vem patinando com relação as suas orcas, símbolo principal do parque. Os shows da “Baleia Shamu” sempre figuraram entre as atrações principais do parque, em suas 3 localidades ( Orlando , San Diego e San Antonio). O documentário conta sobre maus tratos, tanques pequenos e treinos excessivos que as baleias sofreriam afim de participar dessas apresentações. Desde então a empresa viu uma queda brusca com relação às visitas e teve em 2015 uma queda de 84% nos lucros.
Fonte de imagem: www.theguardian.com
Apesar do parque de Orlando ser o menos afetado, ele também teve uma queda de público (eu penso que até por isso eles estão investindo na hypercoaster Mako que inaugura no verão deste ano). Três anos após o lançamento do Blackfish, o SeaWorld finalmente decidiu fazer alguma coisa. Enquanto na Califórnia o governo já pressionava com leis contra a procriação em cativeiro das orcas e para o parque de San Digeo já existia um projeto para um habitat mais amplo para os animais (simulando o oceano), finalmente a empresa decidiu tomar um novo rumo. Na última quinta-feira ela anunciou que o parque não vai mais reproduzir orcas em cativeiro e que a geração já existente será a última do parque:
O parque, que não adquire novas orcas há mais de 40 anos, não só vai parar a reprodução em cativeiro, como pretende mudar completamente o foco das baleias no parque. A partir de agora elas não participarão mais de shows teatrais. Elas serão parte de experiências mais naturais e educativas, para que as próximas gerações também se apaixonem por esses animais e busquem formas de preservá-los.
As orcas do SeaWorld tem idades entre 1 e 51 anos, portanto esses animais ficarão ainda em nossa companhia por muito tempo. Você pode perguntar: por que não devolver os animais ao oceano? O SeaWorld explica que essas orcas já nasceram em cativeiro (ou já estão com o parque há mais de 30 anos) e portanto não se adaptariam novamente na vida selvagem. O parque cita, inclusive o caso de Keiko, orca que participou do filme Free Willy em 1993. Depois do lançamento do filme houve uma mobilização da sociedade para que a orca fosse de fato libertada. Isso aconteceu nos anos 2000. Infelizmente, Keiko que já estava na companhia de humanos desde 1980 (trabalhando em parques e participando do filme), teve dificuldade de se integrar ao ambiente natural: não conseguia socializar com outras baleias e continuava procurando a interação com humanos. A baleia acabou falecendo em 2003 com pneumonia e sua libertação foi considerada um fracasso.
Fonte de imagem: www.sandiegouniontrib.com
Arte conceito do novo habitat das orcas em San Diego previsto pra inaugurar em 2017: mais natural e tamanho muito maior que o habitat anterior.
Fonte de imagem: www.humanesociety.org
O parque, que possui programas de preservação e reabilitação da vida animal por meio do SeaWorldCares, informa que “as baleias vão viver uma vida longa e saudável recebendo o carinho e cuidado dos veterinários e de outros especialistas treinados”. O parque afirma também que o mundo mudou e que o SeaWorld está mudando junto. As novas interações com as orcas estão previstas pra começar em 2019 em Orlando.
Fiquei muito feliz com as novas diretrizes do parque. Acredito que, cada dia mais, ele continuará mudando seu foco dos shows de animais para as atrações. Por lá já encontramos 2 montanhas russas (em breve 3), uma atração de queda, um simulador e uma atração inspirada no universo dos pinguins (saiba mais sobre o que fazer no parque aqui). Acho que em algumas décadas o parque ficará bastante parecido com o Busch Gardens (parque da mesma empresa) onde os animais tem participação mais figurativa, como um zoológico. Ou quem sabe até, em algum tempo, ambos parques acabem com a exposição de animais e foquem apenas em atrações inspiradas neles? Quem sabe…
Fonte de imagem: www.americangolftours.com
E vocês, o que acharam da novidade? Parabéns SeaWorld por dar ouvidos aos seus visitantes.
Beijos,
Nine
4 Comentários
Vi o post antes de ver seus snaps e vi Q acabei falando a mesma coisa Q vc! Kkkkkkk
Hahaha sem problemas 🙂
É legal ver que a gente pensa mais ou menos igual! Até porque se nós pensamos assim quer dizer que mais gente pensa assim. E aí quem sabe vai ser esse mesmo o caminho que o parque vai seguir? 😉
Beijos,
Nine
Adorei a novidade!!
Por mais que eu tenha visto o show e achei lindo, não dá pra não pensar que esses animais poderiam ser mais lindos seu habitat natural.
Acho uma ideia válida para um futuro distante eles criarem algum brinquedo com o nadar das baleias ou alguma característica do animal assim como eles vem fazendo (como eles fizeram com a Manta por exemplo).
Bjus Nine!
Oi Marcela,
Pois é, antigamente os shows eram realmente lindos (e ainda não existia essa consciência com relação aos animais). Lembro que da primeira vez que eu guiei em 2006 foi a estreia do Believe. Depois teve o One Ocean. Mas não tem jeito, o parque tem que evoluir e, realmente, depois das descobertas do Blackfish, não dá mais pra continuar com esses shows.
Concordo com você: espero que um dia não tenham mais shows de animais (nenhum show), apenas atrações inspiradas neles 🙂
Beijos,
Nine