Montanhas russas: tudo que você precisa saber
Outro dia, estava conversando com uma leitora no Insta do blog (já seguem? @dojeitoquebrasileirogosta) sobre montanhas russas. Ela estava contando que achou uma montanha russa das mais fortes de Orlando , leve, e outra mais tranquila, super “forte”. Fiquei pensando sobre o que diferencia uma montanha russa da outra. Pensei também nos fatores que podem deixar a mesma montanha russa, leve para alguns e forte para outros. Por isso decidi escrever esse post, uma espécie de guia para os entusiastas de montanhas russas, com tudo que você precisa saber para tirar o máximo da atração. Vamos lá?
1. Como as montanhas russas funcionam
Já sabemos que elas são cheias de adrenalina, levam o nosso coração até a boca, e nos fazem sentir as mais diferentes sensações. Mas, por que isso acontece? Isso é o resultado da forma como o nosso corpo reage aos movimentos de aceleração.
Funciona assim: quando o carrinho está acelerando, a força exercida é do banco nos empurrando para frente. Por conta do estado de inércia do nosso corpo, sentimos o contrário (a força na nossa frente, nos empurrando para o banco). Sempre sentimos a força da aceleração assim, no local contrário de onde ela está, de fato, exercendo sua força. O legal é que a força de aceleração tem o mesmo efeito no nosso corpo que a força da gravidade (que nos segura no chão). Por esse motivo a força de aceleração é medida em G (g-forces) onde 1G de aceleração é igual a força da gravidade na superfície da terra.
Mas por que eu estou explicando isso tudo? Porque é essa medida, força de aceleração (G), que usamos para classificar as montanhas russas mais fortes. Quanto maior a força de aceleração da montanha russa, mais intenso será o passeio. Vocês verão que em cada montanha russa falarei quanto de força de aceleração (G) elas tem. Assim vocês saberão as mais fortes e poderão escolher de acordo com o limite de cada um ?. A montanha russa considerada mais forte na região de Orlando é a Kumba, no Busch Gardens, com 3G de força de aceleração.
A força G pode ser tanto positiva, quanto negativa. Olha só:
Força G positiva:
- Quando você se sente pressionado no seu banco;
- Aceleração durante a descida: você se sente como se estivesse sendo empurrado pra dentro do banco.
Quando falo o número da força G, estou falando basicamente da intensidade com que você será empurrado no banco e sentirá os outros momentos da montanha russa.
Força G negativa:
- Quando você sente a sensação de sair do banco, o que os americanos chamam de “air time”;
- Descida íngreme: que te fazem se sentir sem peso algum (weightless), ou com menos peso do que você tem de fato.
Em Orlando você encontra tanto atrações com a força G positiva, quanto negativa. Sabendo o que esperar de cada uma, fica mais fácil escolher qual ir primeiro!
Tá legal, já entendi como as montanhas russas funcionam. Já sei como diferenciar as mais fortes das mais tranquilas. Agora, como escolho qual carrinho é o melhor pra mim?
2. Qual carrinho escolher?
O que torna um carrinho diferente do outro? Como eles andam nos mesmos trilhos, eles sentem as forças de aceleração e gravidade mais ou menos da mesma forma. Mas, além delas, existe a força dos outros carrinhos, que por estarem ligados, se puxam e empurram durante todo o caminho, criando uma sensação diferente para os aventureiros de cada carrinho.
Pra entender como isso funciona, vamos imaginar um carrinho no topo da subida mais alta: quando ele vai chegando ao topo ele desacelera porque tem a força da gravidade puxando todos os carrinhos para baixo. Quando o primeiro chega no topo a gravidade começa a puxá-lo para baixo, do outro lado da montanha. Por causa da força da gravidade, o primeiro carrinho começa a acelerar, o que acelera o segundo carrinho, que acelera o terceiro carrinho e daí em diante. Dessa forma, os últimos carrinhos são sempre acelerados pelo primeiro, de forma que cada um começa a acelerar em um ponto diferente da atração.
Quando o último carrinho começa a descida, a gravidade já está acelerando o primeiro carrinho há um tempo. Consequentemente, o último carrinho tem mais força de aceleração (G) no topo da montanha, do que o primeiro carrinho teve. Essa força maior praticamente “chicoteia” o carrinho no topo, empurrando as pessoas pra cima, de forma que elas quase voam do carrinho. Por esse motivo as curvas e voltas são mais fortes no último carrinho, tornando-o a escolha ideal para os amantes de aventura.
O primeiro carrinho é ideal para quem não curte tanto a força G, e está buscando um frio na barriga. Eu explico porquê: no primeiro carrinho (especialmente na primeira fileira) você vê o que está prestes a acontecer. As montanhas russas normalmente são desenhadas para que pareçam estar fora de controle, gerando adrenalina em quem está vendo o percurso.
Se essa é a sua primeira vez em uma montanha russa, o ideal é escolher os carrinhos do meio. Eles são considerados os mais “fracos”, de forma que você poderá testar seus limites e ainda se divertir.
Pronto! Agora ficou fácil andar em uma montanha russa né? Claro que a escolha do “melhor lugar” é muito pessoal. Mas espero que com essas dicas vocês consigam escolher a opção que melhor se adeque ao gosto de cada um ?.
Beijos,
Nine
Fonte de imagens: www.howstuffworks.com, www.coasterimage.com, www.cedarpoint.com, www.wonderwhizkids.com, www.roues.be e www.basisbugle.wordpress.com
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Nossa Guia
Nine Boianovsky formou-se em Administração de Empresas pelo Centro Universitário UniCeub em Brasília. Possui MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e fez um curso de verão em E-Commerce em Harvard University, Boston. Trabalhou por muitos anos como guia de turismo de viagens específicas para Orlando, levando grupos de adolescentes e famílias por duas agências diferentes.
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4 Comentários
Oi Nine, amei o post! Muito esclarecedor e tirou várias dúvidas que eu tinha.
Agora entendi porque achei a Rockit pior: fui no último carrinho pq achava que os primeiros fossem os piores e literalmente fui chicoteada pra todo lado que até parecia que minha cabeça ia voar kkkkkkkkkkk odiei!
Falei que não queria voltar não por medinho (já que já tinha encarado uma vez), mas por desconforto físico mesmo.
Já na do Hulk fui na frente e no máximo no carrinho do meio! (Fui mais de 1x pq adorei). Ela deu friozinho na barriga e tudo mais, mas curti todo o percurso sem desconforto algum, por isso digo que achei “suave”.
Quando voltar lá farei o teste no último carrinho do Hulk e volto pra contar se ainda achei “suave” rsrs e na Rockit volto se superar meu trauma kkkkkk
Parabéns pelo post! Adorei!
Bjs
Ps: a Kumba que me aguarde pois não pude ir pq estava fechada 🙁
Oi Juliana,
Pois é, você é como eu: prefere a sensação da força de aceleração G negativa! Eu também não gosto de ser jogada de um lado pro outro, fico com dor de cabeça, rs… Por isso sempre evito as últimas fileiras e, como gosto do frio na barriga, sempre que tem fila especial da primeira fileira eu tento pegar, é demais 😀 ! Que bom que consegui desvendar o mistério com você, rs 😀
A Rock It tem menos força G do que a Hulk. Eu se fosse você nem testaria a última fileira da Hulk, ficaria sempre nas primeiras… Porque nas últimas ela é forte pra valer, rs… Eu mesma não fui na minha última viagem 😉 . Exatamente como você falou: não por “medinho” mas por não gostar da sensação e já saber que não quero viver de novo, rs. Apesar de que a Hulk eu até gosto, ainda mais na primeira fileira 😀 . Mas a Kumba eu não vou mais, rs, não curto mesmo 😉
Fico feliz que você tenha gostado do post e que a nossa conversa do Insta tenha inspirado isso tudo, rs… Que bom, quero mais conversas como essas pra descobrir mais posts legais, rs 😀
Beijos,
Nine
Ixe, se a Kumba é pior acho que vou tirar o Busch Gardens do roteiro da próxima vez rsrs. Aquela nova montanha russa de lá, Cobra´s Cruise será que vai ser do tipo mais levinha pra crianças irem ou será mais para adultos?
Tô querendo trocar o Busch pelo Sea World que não conheci. Lá tem a Manta e ano que vem terá Mako, o que me diz dessas?
Ah! E já descartei a ida no último carrinho do Hulk ou seja lá de que montanha russa for kkkkkkkk
Bjss
Oi Juliana,
Pois é, a Kumba é pesada mesmo, rs… Mas sempre acho que temos que ir pelo menos uma vez, pra ver se a gente gosta ou não 🙂 . Essa semana fiz um post sobre a Cobra’s Curse (veja aqui), ela está classificada como “moderada” pelo site do parque. Então deve ser mais tranquila 😉 .
Acho uma ótima ideia trocar o Busch pelo SeaWorld. Primeiro porque você conhecerá um parque novo (sempre priorizo conhecer coisas novas), depois porque a Manta é sensacional (amoooo mesmo), a Kraken também é ótima e, no verão, também curto o Atlantis. A Mako (falei dela aqui) promete mesmo ser a maior e mais incrível montanha russa de Orlando então, além disso tudo, você ainda poderá conhecê-la em primeira mão 🙂
Ah e isso aí, rs… Eu também evito ao máximo os últimos carrinhos, rs. Nem sempre é possível né, mas quando dá eu vou sempre na frente 😀
Beijos,
Nine