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Israel – Trilha no deserto do Neguev


Uma coisa legal de visitar o Oriente Médio é reparar o quanto o meio ambiente é diferente do nosso: clima, vegetação, relevo… Tudo muito diferente das paisagens que estamos acostumados.  Já que mais de 50% de Israel é feito de desertos (você encontra 4 desertos diferentes por lá), acho sensacional aproveitar a viagem para conhecer essa paisagem árida que já vimos em tantos filmes. Foi isso que fiz na minha última viagem: aproveitei mesmo os desertos do país. Já até falei sobre alguns passeios legais que fiz por eles como dormir em uma tenda beduína e conhecer a fortaleza de Massada. Mas, na minha opinião, o passeio mais incrível que fiz pelo deserto (que me deu a real sensação do que é esse bioma) foi a trilha pelo Neguev. É sobre ela que quero conversar com vocês hoje.

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Fonte de imagem: acervo pessoal Nine Boianovsky

 

Maior deserto do país com 13 mil km² o Neguev ocupa o sul de Israel. Diferentemente do Saara, ele é um deserto rochoso, ou seja, é feito basicamente de pedrinhas e areia grossa (e não daquela areia branquinha que a gente vê em filmes). Independente disso, a paisagem é absolutamente estonteante.

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Fonte de imagem: www.edugeography.com

 

O Neguev conta com alguns canyons, a trilha que eu fiz foi em um deles: o Ein Avdat (ou Ein Ovdat). Habitado inicialmente por Nabateus (o mesmo povo que construiu Petra) o nome Ein Avdat significa nascente de água de Avdat, cidade Nabateia que existiu na região entre os séculos I a.C e VII d.C e foi uma das cidades mais importantes da rota do incenso depois de Petra. Depois, durante o período bizantino, muitas das cavernas de Ein Avdat foram habitatas por monges cristãos. Apesar de não poder ver nenhuma referência histórica desses períodos durante a trilha (não vi nenhuma ruína nem nada do tipo), é interessante saber disso. Gosto de imaginar como era a vida nesse canyon tantos séculos atrás.

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Fonte de imagem: Felipe Motta Virginio

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Fonte de imagem: acervo pessoal Vinícius Peiter

 

Como funciona a trilha:

Tem duas possíveis trilhas no Ein Advat National Park: a primeira vai do início do canyon até o seu topo (foi essa que eu fiz). Como ela começa em um lugar e termina em outro, é necessário ter dois carros. Assim, ao final da trilha no topo do canyon, é possível voltar do segundo estacionamento para o primeiro (e pegar o carro). Outra possibilidade para fazer essa trilha é estar de excursão (que foi o meu caso). Uma alternativa pra quem está apenas com um carro é ir até a cachoeira (veja abaixo) e, ao invés de subir até o topo do canyon, voltar para o estacionamento.

Dica: algumas pessoas do meu grupo que tinham problema no joelho etc, optaram por não subir o canyon. Elas foram até o final da parte plana da trilha, voltaram para o estacionamento e subiram até o topo do canyon de ônibus, para aguardar a chegada do resto do grupo. Se você estiver apenas com um carro, a dica é fazer o mesmo: voltar, pegar o carro e subir de carro até o segundo estacionamento. Vale a pena o esforço: a vista do topo é deslumbrante.

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Fonte de imagem: www.tripadvisor.com

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Fonte de imagem: www.negevtrails.com

Minha experiência na trilha:

Pra começar a beleza do canyon é indescritível. A combinação das pedras de calcário branquinhas, o relevo do canyon, a vegetação de deserto e os pequenos rios é absolutamente perfeita. O silêncio do deserto é impressionante: só ouvíamos o barulhinho da água e do vento… Um lugar que realmente confere muita paz, com uma energia incrível. Fomos caminhando pelo canyon, em momentos atravessando os riozinhos, em outros apenas contornando as pedras… O caminho inicial é bem fácil: passeio entre as enormes paredes do canyon e vegetação (estilo oásis) com algumas subidas e descidas (nada muito difícil). Fomo passeando por paisagens assim até chegarmos na cachoeira. Com 15 metros de altura, a pequena cachoeira desemboca em uma “piscina” com 8 metros de profundidade. A beleza desse lugar é indescritível.

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Fonte de imagem: Felipe Motta Virginio

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Fonte de imagem: Felipe Motta Virginio

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Fonte de imagem: Felipe Motta Virginio

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Fonte de imagem: acervo pessoal Nine Boianovsky

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Fonte de imagem: acervo pessoal Vinícius Peiter

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Fonte de imagem: www.negevtrails.com

 

A partir daqui começa a subida até o topo do canyon. Para essa parte é necessário subir escadas e ter um pouco de preparo físico. No total acredito que a trilha tenha durado em torno de 2 horas. Como estive no país em janeiro (mês de inverno) estava um frio considerável no início do passeio. Já chegando no topo do canyon, depois de todo o esforço, o calor bateu, rs… Fui tirando os casacos e quase finalizei a trilha de camiseta de meia manga #malhandoemviagem, rs.

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Fonte de imagem: Felipe Motta Virginio

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Fonte de imagem: acervo pessoal Vinícius Peiter

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Fonte de imagem: Vinícius Peiter

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Fonte de imagem: Felipe Motta Virginio

 

A cada nova etapa alcançada uma surpresa: a paisagem ia mudando, a vegetação sumindo… Foi realmente uma experiência incrível. Ao chegar no topo algo mágico: a visão total do deserto. Eu via as plantas lá em baixo e não acreditava ter subido isso tudo. O contato com a natureza desse passeio é realmente demais! Sem dúvidas é uma experiência que eu nunca vou me esquecer. Recomendo muito!

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Fonte de imagem: acervo pessoal Nine Boianovsky

 

Se animou pra fazer a trilha também? Então fica ligado nessas dicas:

Equipamento necessário para fazer a trilha:

  • Chapéu;
  • Sapatos confortáveis e não derrapantes para caminhada;
  • Garrafa de água de 1,5L por pessoa: quando a gente fala deserto, é deserto mesmo. Além do estacionamento encontramos apenas banheiro (no estacionamento de cima e debaixo). No resto do caminho é apenas a sua turma e a natureza. Por isso, é muito importante estar prevenido e levar tudo que você precisa para a trilha. Como a subida é longa e o deserto é muito seco (obviamente, rs) é preciso levar 1.5 litro de água por pessoa. A mochila fica sim um pouco pesada, mas a água é fundamental para terminar bem o percurso. A vantagem é que você vai tomando a água ao longo do caminho e, no fim da trilha, a mochila já está levinha, rs.

Sobre a trilha:

  • Quando ir: a trilha pode ser feita durante o ano todo;
  • Duração: depende do ritmo da sua turma. Mas normalmente é possível chegar no topo em até 3 horas;
  • Nível de dificuldade: fácil a intermediário. A parte plana é bem tranquila, mesmo pra quem não tem costume de praticar exercício físico. Já a subida envolve muitos degraus e é bastante íngrime. Portanto um preparo maior é necessário. Ainda assim, mesmo quem não é acostumado a fazer trilha consegue subir. Apesar de alta, a trilha é quase toda guardada por parapeitos de pedra. As partes mais difíceis são as escadas verticais na pedra, que você tem que subir se apoiando com as mãos (veja a foto abaixo). Mas mesmo nessas partes, tendo alguém do grupo mais acima ajudando as outras pessoas a subir, é tranquilo.

Como chegar:

  • Clique aqui para informações de como chegar, de carro e de ônibus.

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Fonte de imagem: www.israelimom.org

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Fonte de imagem: www.negevtrails.com

 

Espero que vocês tenham gostado de conhecer mais esse passeio em Israel. Foi realmente uma experiência sensacional.

Beijos,
Nine

Postado por:

Nine Boianovsky

6 Comentários

  1. Mônica -  10 de janeiro de 2017 - 20:02 100081

    Oi

    Gostaria de saber se da para fazer um pedaço com crianças não todo o percurso. Vale a pena? Crianças de 2 e 7 anos

    Responder
    • Nine Boianovsky -  17 de janeiro de 2017 - 18:08 100158

      Oi Mônica,

      Tudo bem? Então, se você fizer apenas o início da trilha, acho que não tem problema estar com as crianças. Subir o desfiladeiro eu acho bem perigoso. Mas deixar o carro no estacionamento e andar um pouquinho por ali eu não vejo problemas 😉 . Talvez não dê para ir até a cachoeira mas, pelo menos, vocês já terão andado um pouco pelo deserto e apreciado essa paisagem incrível!

      Espero ter ajudado!

      Beijos,
      Nine

      Responder
  2. Marcella -  30 de agosto de 2016 - 12:23 99389

    Oii!

    Vc fez a trilha logo depois da noite na tenda beduína? Fizeram com algum guia ou a trilha é sinalizada?

    Bjs,

    Marcella W.

    Responder
    • Nine Boianovsky -  30 de agosto de 2016 - 17:16 99401

      Oi Marcella,

      Tudo bem? Isso, depois da noite na tenda beduína, seguimos de ônibus até a chegada dessa trilha. Eu estava em um grupo de excursão, então tive acompanhamento de um guia em todos os passeios (inclusive esse). Apesar da trilha ser bem simples (não tinha bifurcações no caminho nem nada, basicamente você seguia o caminho), ela não era muito bem sinalizada. Não sei se me sentiria segura de fazê-la sozinha, talvez seja interessante você pesquisar um guia. Até porque, como ela vai de ponto A a ponto B (topo do canyon) caso você queira subir até lá em cima é necessário ter um segundo carro estacionado no topo, que te levará novamente pra base do canyon.

      Caso você queira ir sozinha, sugiro fazer um passeio no parque sem completar a trilha. Alguns amigos que tinham problema no joelho foram só até o início do canyon e voltaram para o ônibus. Essa primeira parte era bem tranquila mesmo! E já dava pra ter uma noção bem legal de como é o deserto 🙂 . Você também encontra mais informações úteis sobre essa trilha aqui.

      Era mais ou menos isso que você queria saber? Espero ter ajudado 🙂

      Beijos,
      Nine

      Responder
  3. Marcela Paffaro -  13 de maio de 2016 - 23:23 98991

    Que lindo!!!
    Realmente apesar das dificuldades na subida deve ser fantástica essa trilha! Realmente parece aquelas coisas que você anda, anda, anda, sobe, sobe e sobe mas quando chega no ponto final é gratificante!
    Adorei!!

    Responder
    • Nine Boianovsky -  25 de maio de 2016 - 12:41 99022

      Oi Marcela,

      Que bom que você gostou, fico super feliz 🙂 . Adoro seus comentários nos meus posts dessa viagem 😀 . Pois é, a trilha foi cansativa mas fenomenal! Foi um passeio completamente diferente de tudo que eu já tinha feito, valeu demais a experiência 😀

      Beijos,
      Nine

      Responder

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