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Plimoth Plantation – passeio imperdível perto de Boston


Não sei vocês, mas eu sou completamente history geek, adoro saber a história do lugar, o porquê daquele quadro, daquele castelo, daquela floresta… Pra mim, saber a história das coisas dá muito mais graça aos museus e cidades que visito ao redor do mundo. Talvez seja por isso que o passeio por Plimoth Plantation tenha sido um dos mais legais que eu já fiz na vida. Nesse museu à céu aberto é possível reviver a história da colonização americana. Através de encenações históricas, a vila de Plimoth, criada pelos peregrinos que chegaram nas Américas em 1620 ganha vida. A gente é transportado para um período da história que só conhece em livros e filmes. Simplesmente incrível!

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Fonte de imagem: www.globalimmersions.com

 

Conheci Plimoth Plantation durante meu curso de verão em Harvard. A universidade promove diversas viagens de fim de semana (para praia, outlet…) e entre elas estava Plimoth. Não entendi bem a proposta mas simplesmente me inscrevi, rs. Qual não foi a minha surpresa ao chegar lá e me deparar com essa vila do século XVII? O passeio, que nem estava na minha lista, se tornou o meu preferido da viagem. Gostei tanto que depois, quando voltei a Boston com a minha família, fiz questão de levá-los lá. Como sei que poucos de nós, brasileiros, conhecem esse passeio, hoje decidi contar pra vocês tudo sobre Plimoth Plantation. Assim, quem sabe na próxima ida de vocês a Boston vocês não esticam a viagem pra conhecer o lugar também?

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Em julho, com minhas amigas ucranianas do curso de verão em Harvard.

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Depois em março em uma visita com a minha família.

 

O que é Plimoth Plantation? É um museu à céu aberto localizado na cidade de Plimoth, Massachussets. Localizada a mais ou menos 77 km de Boston, a cidade realmente foi colonizada em 1620 pelos peregrinos vindos a bordo do Mayflower e foi a primeira cidade da New England, uma das colônias mais conhecidas do início dos Estados Unidos. Faz sentido que o museu fique também localizado aqui, não é?

Como funciona o museu? Mais do que apenas um museu ao ar livre, a ideia de Plimoth Plantation é te fazer reviver a história. Para contar a história dos peregrinos, o museu se divide em duas partes principais: a vila inglesa do século XVII e a comunidade da tribo nativo-americana que lá vivia quando chegaram os ingleses. A ideia aqui é que você seja o seu próprio guia e, os personagens fantasiados, as obras de arte. Você passeia pelas duas partes livremente e lá encontrará pessoas a quem poderá fazer perguntas e conversar sobre a época em que viveram. Vamos ver mais detalhes sobre a visita?

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Fonte de imagem: www.plimoth.org

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Fonte de imagem: www.plimothtours.net

 

Como é a visita:

Visitor Center:

O dia começa no Centro de Visitantes. Aqui você comprará seus ingressos (preços abaixo) e poderá visitar lojinha, restaurante e até assistir um breve filme sobre o museu. Tudo pronto? Hora de partir para as exibições.

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Fonte de imagem: acervo pessoal Nine Boianovsky

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Fonte de imagem: www.yankeemagazine.com

 

Tribo Wampanoag:

A primeira parada da visita é a comunidade indígena dos Wampanoags. Esse povo já vivia nas Américas há 10 mil anos quando os europeus chegaram. Com uma sociedade completamente estabelecida e meio de vida próprio, ao entrar na tribo Wampanoag você se sentirá mesmo como os índios norte americanos: fogueira no centro, cabanas, plantações… Tudo conforme seu jeito simples de viver que teve sucesso por tantos séculos. Ao encontrar os primeiros nativos você poderá fazer perguntas. Só tem uma diferença em relação à vila inglesa: essas pessoas são realmente descendentes de nativo-americanos, e não estão lá representando um papel. Elas respondem perguntas sobre o modo de vida de antigamente, sobre as tradições de família, tecnologia, cultura, folclore e música dos nativo-americanos. Mas, também falam sobre a vida no século XXI: como está a cultura no dia de hoje, como as tradições vem sendo mantidas, com o que eles trabalham, entre outros.

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Fonte de imagem: acervo pessoal Nine Boianovsky

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Fonte de imagem: www.teentraveltalk.com

 

O que ver na tribo Wampanoag:

  • Wetu: a palavra wetu quer dizer “casa”. Essa cabana feita de tronco de árvore abrigava uma família inteira. Os nativos te convidam pra conhecer a casa, ver como eram feitas as camas e entender como funcionava a convivência naquele espaço.
  • Nush Wetu: uma casa que, além de abrigar as pessoas, abrigava até três fogueiras no seu interior;
  • Mishoon: os barcos da tribo Wampanoag lembram bastante os vistos no filme Pocahontas, rs. Eles ficam na beira do rio, quando você está saindo da tribo Wampanoag e indo em direção ao vilarejo inglês.

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Como eram as camas dos nativos, feitas de peles de animais.

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Fonte de imagens: acervo pessoal Nine Boianovsky

 

Minha experiência na tribo Wampanoag: da primeira vez que fui a Plimoth, me lembro de ter visto uma moça cozinhando em uma fogueira. Perguntei o que ela estava cozinhando (um coelho) e o que os nativo-americanos normalmente comiam. A conversa foi bem interessante, ela mostrou o que era feito com a pele dos animas e as ferramentas que eles usavam para a produção do alimento e do artesanato. Já na segunda visita uma senhora pediu que eu e meu irmão fossemos pegar lenha pois o fogo próximo a sua cabana já estava morrendo. E é assim que você é levado pra dentro da história. Lá fomos nós, pegar lenha (algo que jamais me imaginei fazendo) para a fogueira da tribo indígena, rs.

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Fonte de imagens: acervo pessoal Nine Boianovsky

 

Importante: como eles são realmente nativo-americanos é importante tratá-los com bastante respeito. Eu não sabia disso, mas nos EUA a palavra “indian”(índio) tem um conceito pejorativo. Portanto, sempre que for se referir aos costumes, tradições etc, pergunte sobre os nativos (natives) e não índios. #Ficaadica pra você não levar uma cortada como eu levei, rs.

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Fonte de imagem: acervo pessoal Nine Boianovsky

 

Vila Inglesa do século 17:

Vindo do mundo dos nativos, ao chegar no topo do morro você dará de cara com uma cena saída dos livros: a pequena vila marítima fundada pelos peregrinos em 1600. As casinhas, as pessoas, as plantações, os animais… Tudo completamente correto historicamente falando. O que fazer agora? Explorar a cidade! Pode entrar nas casas, ver as plantações, falar com as pessoas… Normalmente ao entrar em uma casa você encontra alguém fazendo alguma atividade do dia a dia deles. Pode estar cozinhando, limpando, fazendo artesanato… Cultivando as plantações nos fundos da casa… O que quer que seja, eles vão adorar conversar com você! Cada pessoa assume um personagem com nome, ponto de vista e história de vida dos moradores dessa colônia. Portanto uma conversa nunca será igual a outra. A ideia é que você viaje no tempo e possa descobrir pelos próprios peregrinos como foram difíceis seus primeiros anos nas Américas.

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Fonte de imagem: acervo pessoal Nine Boianovsky

 

Lá na hora, quando você está em frente a um peregrino, pode dar um “branco” do que perguntar pra ele, rs. Aconteceu comigo! Então aqui vão algumas dicas de tópicos que darão uma conversa interessante:

  • Crenças religiosas (religious beliefs);
  • Educação (education);
  • Como eles criavam as crianças (child rearing);
  • Relações com os nativos;
  • As plantações;
  • Cozinhar;
  • Como foi a viagem até aqui;

Ou qualquer coisa que você queira perguntar na hora. É realmente incrível o que eles contam pra a gente.

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Fonte de imagem: acervo pessoal Nine Boianovsky

 

Minha experiência na Vila Inglesa do século XVII: foi aqui que eu realmente me apaixonei por Plimoth Plantation. Pessoa curiosa que eu sou, eu perguntava sobre absolutamente tudo: como eles faziam para viver em uma casa de apenas um cômodo, onde ficava o banheiro, onde dormiam as crianças… Perguntei até se a moça não sentia calor com aquele vestido pesado no verão. Acreditam que ela me respondeu? Falou que com tantas camadas de roupa, você acaba criando um isolante térmico. Assim, quando ela ia cozinhar, não sentia o calor do fogo no seu corpo (ainda me mostrou como os tecidos de fato isolavam o calor colocando a sua saia na frente dos meus braços, enquanto estávamos perto do caldeirão onde ela estava fazendo um cozido).

A cidade é tão historicamente correta que, quando você pergunta sobre coisas que ainda não existiam naquela época, como o Dia de Ação de Graças, eles respondem: “feriado de Ação de Graças? Não conheço. Mas ano passado, depois de um inverno rigoroso, decidimos chamar nossos amigos nativos para compartilharmos uma refeição e darmos graças pelo milagre da colheita que, muito farta, alimentou a todos durante os meses difíceis de inverno”. Muito incrível né? Eles colocam a história, mesmo sem sair do personagem.

Outra coisa interessante que aconteceu na minha segunda visita foi um peregrino que veio puxar papo com a gente. Ele perguntou: da onde vocês são? Quando respondemos “Brasil” ele disse que nunca tinha ouvido falar, rs… Depois ele disse assim: “talvez, seja aquele lugar para onde o Rei de Portugal mandou caravelas… Ainda não soube que resultado teve a viagem… Vocês tem alguma notícia de Lisboa?”. Era um velhinho tão fofinho gente, amei a interação… São essas experiências que a gente guarda pra sempre, né? E o legal é que, como cada pessoa é diferente, cada visita traz uma experiência única.

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Fonte de imagem: acervo pessoal Nine Boianovsky

 

O que ver na Vila Inglesa:

  • Todas as casinhas;
  • A igreja/escola/local de reuniões no fim da rua;
  • As plantações;
  • Qualquer local que tenha um personagem.

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Fonte de imagem: acervo pessoal Nine Boianovsky

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Fonte de imagem: www.massvacation.com

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Fonte de imagem: www.wikipedia.org

 

Depois de passear pelos dois lugares, você chegará novamente ao Visitor Center. Para quem quiser, ainda é possível descer até o porto e visitar o barco Mayflower II, onde você também encontrará a tripulação vestida a caráter e pronta para contar como foram as aventuras de travessia do Atlântico. Tem também o Plimoth Crist Mill, um moinho construído nos tempos da colonização e que conta como era feita a moagem do milho no século XVII. O moinho fica bem próximo do local do Mayflower II.

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Fonte de imagem: www.baysideresort.com

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Fonte de imagem: acervo pessoal Nine Boianovsky

 

Organize sua visita:

Amou Plimoth e também quer conhecer? Então fique ligado nas informações abaixo:

Quando ir:

  • De março a novembro: como é ao ar livre, o museu não funciona no inverno. Cada ano ele abre em uma data diferente (normalmente terceira semana de março) e permanece funcionando 7 dias por semana.

Horário de funcionamento:

  • Todos os dias de 9h às 17h.

Endereço:

  • 137 Warren Avenue?Plymouth, MA 02360

Tickets:

Eles disponibilizam alguns tipos de ingressos, dependendo de quais exibições você vai querer ver (para conhecer o Mayflower II e o Crist Mill é necessário um ticket mais completo). Os preços ficam entre:

  • Adultos: US$ 28,00 a US$ 36,00
  • Crianças (5 a 12 anos): US$ 16,00 a US$ 22,00
  • Idosos: US$ 26,00 a US$ 32,25

Compre seus tickets online clicando aqui ou no Visitor Center do museu.

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Fonte de imagem: www.plimoth.org

 

Dicas e informações extras para tornar sua visita a melhor possível:

  • Ter um bom inglês: como a graça de Plimoth é interagir com os personagens, é importante que pelo menos uma pessoa da sua turma tenha conhecimento da língua inglesa. Assim, essa pessoa poderá fazer as perguntas e traduzir as respostas. Como estamos falando de colonizadores do século XVII, muitos dos termos usados são de um inglês antigo, com sotaque. Portanto é legal estar preparado para treinar mesmo o inglês, rs.
  • Ficar sempre atento as crianças: como tem muita coisa pra ver, é fácil se distrair e se perder do grupo durante a visita. Fique ligado em toda a sua turma e, se for o caso, combine um ponto de encontro para o caso de alguém se perder.
  • Não é permitido usar fantasias durante a visita para não confundir os outros visitantes;

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Fonte de imagem: acervo pessoal Nine Boianovsky 

 

Quer saber mais alguma coisa sobre Plimoth Plantation? Então clique aqui e acesse o site oficial. Para ter uma última ideia de como é a visita, dá uma olhada no vídeo abaixo:

Demais, né? Espero que vocês tenham gostado de conhecer esse passeio tão diferente e educativo! Realmente recomendo muito se você estiver com viagem marcada para Boston.

Beijos,
Nine

Fonte de imagem de capa: www.smartdestinations.com

Postado por:

Nine Boianovsky

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